segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

"PONHA FOGO NO SEU SERMÃO, OU PONHA O SEU SERMÃO NO FOGO"

Os discípulos de Jesus desejavam saber quando seria o tempo da restauração do reino de Israel. Jesus lhes respondeu: “Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou para sua exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.7-8). Possivelmente eles pensavam que aquele momento, pós-ressurreição de Jesus, seria o momento ideal para se estabelecer o reino de Jesus e o governo de Deus na terra, transformando a situação caótica da sociedade e restaurando-a em lugar de justiça e paz. Contudo, Jesus dá um novo foco no diálogo, dizendo da necessidade do revestimento do poder do Espírito Santo, a fim de que eles se tornassem legítimas testemunhas de Seu Evangelho. “Eis que envio sobre vós a promessa de meu pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder (Lc 24.49).

A implantação do Reino de Deus, na visão de Jesus, deve ser primeiro no íntimo do ser humano. É necessário, antes de qualquer coisa, estabelecer o domínio e soberania do Espírito Santo no coração do ser humano. O sinal visível da implantação do reino de Deus na vida de uma pessoa é a obediência voluntária aos mandamentos de Deus, que revelam claramente a conduta daqueles e daquelas que verdadeiramente foram salvos pela graça de Deus em Cristo Jesus. Não fomos salvos apenas para nos livrar da condenação do pecado, mas também para sermos cooperadores testemunhando a graça de Deus e o proclamando a mensagem do evangelho que liberta as pessoas do pecado.

Temos consciência que não podemos levar o mundo todo a Cristo, mas podemos levar Cristo a todo o mundo, e essa não é uma atividade para os momentos de folga ou de finais de semana. Fomos chamados para ser sal da terra e luz do mundo e não devemos subestimar a missão que nos foi outorgada pelo Senhor. Todo salvo é de fato um(a) missionário(a) nesse mundo, envolvido permanentemente com o projeto da salvação do mundo. “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!” (1 Co 9.16).

Não basta saber que Cristo salva os pecadores por meio de sua morte e ressurreição, é preciso comunicar essa verdade ao maior número de pessoas. A Palavra de Deus não pode ficar apenas para o consumo interno das pessoas na igreja, mas deve ser falada, anunciada e difundida para todos, em todos os cantos deste planeta. “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15).

Sem a obra do Espírito não haverá pregação, não haverá pessoas convertidas e também não haverá crescimento saudável da igreja. Sem a unção do Espírito Santo nossos sermões e pregações tornar-se-ão sem vida e sem poder. Uma coisa é ter o Espírito como residente, outra é tê-lo como presidente. Uma coisa é possuir o Espírito, outra é ser possuído por ele. Uma coisa é ser habitado pelo Espírito, outra coisa é ser cheio do Espírito. Quando o Espírito Santo foi derramado no Pentecostes, os discípulos receberam poder para testemunhar (At 1.8). Sem poder não há testemunho. Um poderoso testemunho demonstra evidências. Jesus enviou esta mensagem para João Batista, quando este estava assaltado por dúvidas na prisão: “Jesus respondeu: Voltem e anunciem a João o que vocês estão ouvindo e vendo: os cegos vêem, os mancos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e as boas novas são pregadas aos pobres” (Mt 11:4-5). Paulo diz à igreja de Corinto: “Minha mensagem e minha pregação não consistiram de palavras persuasivas de sabedoria,mas consistiram de demonstração do poder do Espírito” (1 Co 2.4). A.W. Criswell cita John Wesley, “Ponha fogo no seu sermão, ou ponha o seu sermão no fogo”.

É chegado o tempo de restaurarmos a pregação ao seu lugar de absoluta primazia. Deus requer uma pregação ungida, apaixonada, inflamada pelo fogo do Espírito Santo. Não há mais espaço no púlpito para pregadores(as) frios, sem vida e sem paixão. Nós devemos exaltar e glorificar a Deus através de uma pregação bíblica, fiel, ungida, cheia de paixão, com maior senso de urgência para a salvação dos perdidos e para a edificação dos santos.

Rev. Hebert Junker (Superintende Distrital Missionário - Cuiabá/MT) 
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