Os discípulos de Jesus
desejavam saber quando seria o tempo da restauração do reino de Israel. Jesus
lhes respondeu: “Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou para sua
exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito
Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda Judéia e
Samaria e até aos confins da terra” (At 1.7-8). Possivelmente eles pensavam que aquele momento, pós-ressurreição
de Jesus, seria o momento ideal para se estabelecer o reino de Jesus e o
governo de Deus na terra, transformando a situação caótica da sociedade e
restaurando-a em lugar de justiça e paz. Contudo, Jesus dá um novo foco no
diálogo, dizendo da necessidade do revestimento do poder do Espírito Santo, a
fim de que eles se tornassem legítimas testemunhas de Seu Evangelho. “Eis
que envio sobre vós a promessa de meu pai; permanecei, pois, na cidade, até que
do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49).
A implantação do Reino
de Deus, na visão de Jesus, deve ser primeiro no íntimo do ser humano. É
necessário, antes de qualquer coisa, estabelecer o domínio e soberania do
Espírito Santo no coração do ser humano. O sinal visível da implantação do
reino de Deus na vida de uma pessoa é a obediência voluntária aos mandamentos
de Deus, que revelam claramente a conduta daqueles e daquelas que
verdadeiramente foram salvos pela graça de Deus em Cristo Jesus. Não fomos
salvos apenas para nos livrar da condenação do pecado, mas também para sermos
cooperadores testemunhando a graça de Deus e o proclamando a mensagem do
evangelho que liberta as pessoas do pecado.
Temos consciência que
não podemos levar o mundo todo a Cristo, mas podemos levar Cristo a todo o
mundo, e essa não é uma atividade para os momentos de folga ou de finais de
semana. Fomos chamados para ser sal da terra e luz do mundo e não devemos
subestimar a missão que nos foi outorgada pelo Senhor. Todo salvo é de fato
um(a) missionário(a) nesse mundo, envolvido permanentemente com o projeto da
salvação do mundo. “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim
pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!” (1 Co 9.16).
Não basta saber que
Cristo salva os pecadores por meio de sua morte e ressurreição, é preciso
comunicar essa verdade ao maior número de pessoas. A Palavra de Deus não pode
ficar apenas para o consumo interno das pessoas na igreja, mas deve ser falada,
anunciada e difundida para todos, em todos os cantos deste planeta. “E
disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15).
Sem a obra do Espírito
não haverá pregação, não haverá pessoas convertidas e também não haverá crescimento
saudável da igreja. Sem a unção do Espírito Santo nossos sermões e pregações
tornar-se-ão sem vida e sem poder. Uma coisa é ter o Espírito como residente,
outra é tê-lo como presidente. Uma coisa é possuir o Espírito, outra é ser
possuído por ele. Uma coisa é ser habitado pelo Espírito, outra coisa é ser
cheio do Espírito. Quando o Espírito Santo foi derramado no Pentecostes, os
discípulos receberam poder para testemunhar (At 1.8). Sem poder não há
testemunho. Um poderoso testemunho demonstra evidências. Jesus enviou esta
mensagem para João Batista, quando este estava assaltado por dúvidas na prisão:
“Jesus
respondeu: Voltem e anunciem a João o que vocês estão ouvindo e vendo: os cegos
vêem, os mancos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos
são ressuscitados, e as boas novas são pregadas aos pobres” (Mt
11:4-5). Paulo diz à igreja de Corinto: “Minha mensagem e minha pregação não
consistiram de palavras persuasivas de sabedoria,mas consistiram de
demonstração do poder do Espírito” (1 Co 2.4). A.W. Criswell cita John
Wesley, “Ponha fogo no seu sermão, ou ponha o seu sermão no fogo”.
É chegado o tempo de
restaurarmos a pregação ao seu lugar de absoluta primazia. Deus requer uma
pregação ungida, apaixonada, inflamada pelo fogo do Espírito Santo. Não há mais
espaço no púlpito para pregadores(as) frios, sem vida e sem paixão. Nós devemos
exaltar e glorificar a Deus através de uma pregação bíblica, fiel, ungida,
cheia de paixão, com maior senso de urgência para a salvação dos perdidos e para
a edificação dos santos.
Rev. Hebert Junker (Superintende
Distrital Missionário - Cuiabá/MT)
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